
Patrimônio
Imóvel do século 19, em Cocais, distrito de Barão de Cocais, na Região Central de MG, precisa de R$ 500 mil para reforma
Foto de Beto Novaes/EM/D.A Press
Sobrado é o único que restou da Vila Cocais e, como cartório, guardou documentos, como o certificado da mina de ouro de Brucutu.
Barão de Cocais – As chuvas e o abandono abriram feridas no patrimônio cultural do distrito de Cocais, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, a
Sentada na porta de casa, apreciando a paisagem formada pelo gramado da praça e o casario colonial, alguns cobertos de hera, Maria Lucília da Fonseca, de 73 anos, diz que o sobrado, hoje com um amarelo desbotado, faz parte do cartão-postal do distrito, que tem suas raízes no século 18, no auge da mineração. “De uns tempos para cá, a situação dele piorou. Caiu uma parte do telhado, depois a parede do lado direito. Era bem conservado, quando ali morava a antiga proprietária. Ouvi dizer que vão consertá-lo”, diz Maria Lucília, moradora da Rua José de Almeida Matias, e vizinha da edificação. Um outro morador teme que o imóvel tenha o mesmo destino do palacete do Barão de Cocais, que ficava ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Santana e foi demolido, para tristeza geral. “Estão acabando com um conjunto arquitetônico que é o retrato da Minas colonial e pode representar turismo e renda para a população”, lamenta.
Em contraste com a precária situação do casarão, uma placa reluzente, colocada no passeio, informa que ele “pertenceu ao fazendeiro Fernando José do Espírito Santo, conhecido como Fernando Tinoco”. E mais: “É o único sobrado que restou da Vila de Cocais original, foi cartório de
ESTEIOS PODRES O núcleo histórico de Cocais, datado do início do século 18 e parte da Estrada Real (ER), é tombado pela prefeitura desde 2007, e a próxima etapa será o tombamento individual do Sobrado do Cartório, informa a arquiteta Carolina Moreira, da empresa Mindello, encarregada da elaboração do dossiê. Nas pesquisas, a equipe verificou que o imóvel teve vários proprietários desde Fernando Toco. Segundo a arquiteta, o sobrado merece ser preservado, pois “é um exemplar assobradado que revela as soluções arquitetônicas, técnicas, materiais e partidos adotados, no interior do Brasil, desde meados do século 18 até o fim do século 20, implantados a partir do antigo Caminho dos Diamantes da ER.
Segundo o secretário municipal de Obras de Barão de Cocais, Fernando Cesário Bento, o casarão está numa situação de abandono “há muitos anos”, apresentando os esteios podres. Obras de emergência ainda não foram feitas e as providências para evitar a ruína do prédio serão tomadas depois da temporada de chuvas. A estimativa é de que a reforma do prédio fique em R$ 500 mil, diz Bento, informando que ainda não foi decidido o futuro uso do sobrado.
Um comentário:
Um dos maiores pesquisadores e estudiosos da genealogia do Barão de Cocais no Brasil, é o engenheiro Operacional Antônio Carlos de Castro, de Campinas, que tem realizado um trabalho minucioso do assunto. Antônio Castro que também é administrador de empresas, é descendente do Capitão-mor Luis José Pinto Coelho da Cunha, primo do barão. Suas pesquisas podem ser consultadas no site: http://www.genealogiacastro.cjb.net e sua ascendência pode ser vista no "link" Genealogia/Meus Antepassados/Antepassados, localizado entre a 1ª e a 32ª geração; da 33ª até cerca da 60ª só pode ser vista registrando o nome na 32ª geração e procurando o "link" Genealogia/Base de Dados/Índice de Nomes/Sobrenome. Isto porque o "software" não comporta a codificação.
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