sexta-feira, 28 de março de 2008

Fauna e Flora

Foto do site baraoonline

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Formação de Cristais - Pedra lascada - Fot. Nelson Luiz Trindade

O ecossistema local é basicamente formado pela vegetação rupestre e mata atlântica conjugada com cerrado (zona de transição). Provêm daí inúmeras espécies vegetais e animais, cujos representantes, alguns estão ameaçados de extinção como os lobos-guarás e urubus-reis. Os campos rupestres, na época da floração parecem-se com imensos tapetes floridos com matizes surpreendentes e delicadas formas e texturas. Inúmeras plantas ornamentais crescem naturalmente nestes campos, sendo necessária a conscientização dos visitantes para que não as retirem provocando a sua escassez e conseqüente extermínio. Panoramas grandiosos podem ser observados do cume das montanhas, de onde pode-se inclusive, avistar diversas cidades vizinha, até mesmo parte da capital Belo Horizonte.

Há um ponto em especial que se destaca por sua estratégica localização geomórfica e hidrológica. No lugar conhecido como Serra do Garimpo, já tombado pela Lei Municipal 1.102/99, a referida formação montanhosa funciona como divisor de águas de duas das mais importantes bacias hidrográficas de Minas e também do país: as bacias do rio São Francisco e do rio Doce. De um lado, todos os regatos e cursos d’água correm como tributários do rio das Velhas, principal afluente do São Francisco, e de outro, aqueles que ajudarão a formar os rios da bacia do Médio-Piracicaba, tributários do Rio Doce.

A fauna é riquíssima possuindo inúmeras espécies de aves, répteis, peixes, mamíferos (incluindo felídeos, canídeos, marsupiais e quirópteros). O principal representante, que poderíamos chamar de “mascote” da região, é o lobo-guará, que ainda vaga pela região, animal extremamente tímido que, ocasionalmente, emite vocalizações que mais se assemelham a latidos secos, visto que, ao contrário do que muitos pensam, o guará não uiva como seus parentes do hemisfério norte.
Site baraoonline
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Cachoeira de Cocais

Foto da internet sem autor

Foto da internet sem autor

Fotográfo Adolfo Castro
Fotógrafo Adolfo Castro

Atração imperdível é a Cachoeira de Cocais, também chamada de Cachoeira da Pedra Pintada, um verdadeiro oásis escondido na mata.

As dez quedas d'água em uma montanha de pedra de mais de trinta metros proporcionam espetáculo magnífico. No poço enorme, aos pés da cachoeira, as águas formam várias piscinas entre as pedras. O acesso à cachoeira é de estrada de terra, sendo que metade do caminho pode ser feita de carro, e o restante a pé, em trilha no meio da mata. A área se estende por duas propriedades particulares e é preciso pagar taxa de entrada.

Como chegar: saindo do Largo de N. Sra. do Rosário, seguir pela Estrada Real, observando os marcos fixados. A partir daí são 4,5 km. Ao chegar à portaria de acesso, é preciso caminhar por mais 1,5 km. O espetáculo natural fica na Serra da Conceição, a 6 km da Vila de Cocais.
É um excelente local para os adeptos de canyonning, trekking e mountain bike.
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Sítio Arqueológico da Pedra Pintada


Trecho Cocais-Pedra Pintada
Fotógrafo Adolfo Castro
Fotógrafo Henry Yu
Datada de seis mil anos antes de Cristo, a Pedra Pintada, testemunho da arte pré-histórica, possui desenhos semelhantes aos das grutas de Altamira no norte da Espanha e Lascaux no sul da França. A arte rupestre é constituída por representações figurativas, pintadas ou gravadas em rochedos – quartzitos – ou paredes de cavernas. As pinturas representam animais da região e sistemas de contagem.

As pinturas podem ser divididas em três painéis:

1 – Esquemático-sistema de contagens e pontuações.

2 – Naturalismo-sistema figurativista sobre a fauna da região e desenho estilizados.

3 – Justaposição de esquematismo e naturalismo, quando se apresentam pontuações em torno de figuras, produzindo símbolos com diversos animais como macacos, veados, aracnídeos, mamíferos, aves, peixes, além de armas como lanças e pontas de flechas. Os citados painéis estão situados da esquerda para a direita de quem entra na plataforma rochosa da Pedra Pintada.

Em 1988, o professor e arqueólogo, André Prous, chefiou uma equipe da UFMG e do IEPHA (arqueóloga Maria Elisa) que copiou mais de três mil pinturas, cujo acervo, em microfichas, está disponível para pesquisa no Museu de História Natural da UFMG, no Horto de Belo Horizonte e no Museu do Homem de Paris, França.

O sítio Arqueológico da Pedra Pintada com suas inscrições rupestres, está situado a 3,5 km da Vila Colonial de Cocais, distrito de Barão de Cocais. Localizado na Serra da Conceição, limite sul do supergrupo Espinhaço, a 250 m a nível do mar, foi estudado em 1843, pelo dinamarquês Peter Lund.

Mais recentemente, durante dois anos, os grandes painéis compostos por cenas de diversos animais e símbolos, registrados em diferentes estilos de grafismos, foram estudadas pelas historiadoras Alexandra Simões Siqueira e Janaína Fonseca Mota. As 122 pinturas foram feitas com pigmentos minerais, basicamente o ferro, divididas em três painéis, onde predominam os animais: macacos, veados aracnídeos, aves, mamíferos, peixes, além de armas com lanças e pontas de flechas.

Pelo fato da maior parte das representações aludir a animais de caça, poderiam referir-se a técnicas de obtenção de alimentos ou a rituais religiosos. A localização das pinturas descarta um objetivo ornamental. A sua característica naturalista nos leva a associá-las à magia, com representação de animais da fauna da região em figuras lineares e bidimensionais. O local apresenta características ritualísticas, e não parece ter sido usado para moradia no passado.

O Sítio Aqueológico está localizado em área particular, mas está aberto à visitação mediante pagamento de uma pequena taxa.

ARQUEOLÓGICO: Materiais das culturas dos povos pré-históricos ou históricos.
RUPESTRES: Diz-se do que é gravado ou traçado na rocha.
SÍTIO: Local ocupado por um determinado corpo.

Veja mais fotos em:
www.baraoonline.com.br/pintura.htm

quinta-feira, 27 de março de 2008

Casarios



Fotos da internet sem autores

No distrito de Cocais, o turista encontra construções do período colonial que ainda estão conservadas, como a Fazenda da Estalagem, o Sobrado do Cartório, Solar da Ladeira, o Casarão do Mingote, o Museu Fernando Toco, além de calçamentos históricos remanescentes desse período.
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Museu Fernando Toco

Festa de Ramos na rua do museu

A história do "Museu Histórico Fernando Toco" nasceu da tentativa de seu proprietário Augusto Bento do Nascimento de recolher, guardar e difundir peças relativas à história de seus antepassados, bem como compreender e estudar essa história tendo como parâmetro o modo de vida da geração de seu bisavô, Fernando Toco.

O museu não tem fins lucrativos. Ele vem sendo uma instituição voltada para a preservação de bens representativos do modo de vida da geração do senhor Fernando José do Espírito Santo, conhecido como Fernando Toco, de seus familiares e amigos, constituído de pertences e utensílios que constitui todo o acervo do museu.

Aberto ao público em janeiro de 2000, o museu ocupa uma casa antiga, datada do Século XVIII, possuindo originalmente 7 cômodos que escondem sua própria história, uma vez que o imóvel pertencera, conforme escritura original, ao senhor José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, mais conhecido como Barão de Cocais.
Everton de Paula

O Sobrado do Cartório

Foto da Pousada de Cocais

Foto da internet sem autor

Foto da internet sem autor

O Sobrado do Cartório, no Largo de Santana, é uma das últimas construções coloniais existentes na Vila de Cocais. De dois pavimentos, é quase idêntico ao Sobrado do Barão de Cocais, que existia defronte á Igreja de Santana. Nos dois sobrados antigos, existiam pianos razão pela qual fez com que o maestro Fernand Jouteau, viesse para Cocais a fim de concluir a sua famosa ópera “Os Sertões”. O modesto Sobrado do Cartório foi construído pelos bandeirantes Furtado Leite, fundadores de Cocais. Pertenceu a Fernando José do Espírito Santo, conhecido por “Fernando Toco”. que era o dono da Fazenda do Engenho e trabalhava com tropas e comércio de café. O apelido foi por motivos de ele praticar um esporte da época: chanfrar um toco de uma árvore com perfeição.

Mas, conta a lenda, que Fernando Toco, ao demolir um alicerce de uma fazenda antiga, encontrou um cocho de pedra sabão, cheio de moedas de ouro em pó. Ficou rico e passou a comprar muitas terras em volta de Cocais.

Porém, Fernando Toco era um grande plantador de café, cuja colheita guardou durante 30 anos. O café subiu de preço e então, vendeu a colheita em lombo de burro, na cidade de Sabará, gerando tamanha riqueza. Analfabeto-não sabia ler e nem escrever- mas tinha uma perspicácia para fazer negócio. Anotava, em formas de código na parede de sua casa, o negócio feito para quitar daqui um ano. Ele lembrava baseado em suas anotações. Dividiu todo o seu patrimônio em vida entre os seus cinco filhos. Morreu aos 107 anos de idade no final de 1940, quando no seu velório a população de Cocais, passou a conhecer o automóvel, que eram vários durante o seu sepultamento.

O antigo Cruzeiro do Largo do Rosário foi construído e conservado por Fernando Toco, que doou um imóvel nas cabeceiras de sua Fazenda do Engenho, para a estrada não passar no terreno de sua propriedade. Fernando Toco, que conheceu o Barão de Cocais, foi também uma figura lendária.
O Sobrado do Cartório, de dois andares, era constantemente transformado em “casa de danças e diversões” e até mesmo de encontros políticos. Hospedou o compositor Fernand Jouteare, e, no ano de 1986, o compositor Milton Nascimento que almoçou com a família Prandini e autoridades cocaienses. Na ocasião, Milton apresentou-se ao público de Barão de Cocais que lotou o estádio do Melusina.

Até início de 2008 o sobrado pertenceu à família Prandini, que ali possuia um Cartório de Registro, cartório esse onde se encontra assinaturas do Barão de Cocais - Tenente Coronel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, ex-presidente da Província de Minas Gerais e do Visconde de Barbacena, dono das minas de ouro do Brucutu e, até mesmo, de Fernando Toco.
Acaba de ser adquirido pela prefeitura do município de Barão de Cocais que o restaurará.
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Fazenda da Estalagem: início da Vila de Cocais



Fazenda da Estalagem
Foto da Pousadadas Cores

Na Fazenda da Estalagem (foto) começou o povoamento da Vila Colonial de Cocais, que prosperou em torno da Capela de Santana, igreja privativa das nobres famílias "Pinto Coelho" e "Furtado Leite", ambas de origem portuguesa. Assim, os bandeirantes Antônio Caetano Pinto Coelho da Cunha e Felício Muniz Pinto Coelho da Cunha, casados com as irmãs Furtado Leite, filhas de colonizadores de Cocais, transformaram a Vila em centro de reinóis e nobreza lusitana. Entre estas famílias, estava a do Coronel Antônio de Barros, proprietário da Fazenda da Estalagem, construída no início do século XVII.
Conta a história, que nas imediações da Fazenda da Estalagem, alguns escravos estavam batendo ouro no Córrego do Curtume, quando um deles resolveu cavar um dos inúmeros cupins situados a beira do rio. Casualmente, apareceram muitas pepitas de ouro. O acontecimento percorreu as Minas Gerais, trazendo levas de mineradores para Cocais, passando a arriar as suas tropas na futura Fazenda da Estalagem. Dali, também iniciou-se o traçado urbano da Vila de Cocais, como a rua principal rumo ao alto do Largo de Santana. A rua do Curtume, parte da Cachoeira, onde nasceu o Barão de Cocais, tenente-coronel do Exército Imperial José Feliciano Pinto Coelho da Cunha.
A Fazenda da Estalagem foi uma das primeiras construções da localidade, a princípio servindo de hospedagem a ilustres visitantes assim como para aventureiros e mineradores. Foi, a partir dela que começou o traçado urbano da Vila de Cocais como a Rua Principal que se direciona ao Largo de Santana, a Rua do Curtume e a Rua que seguia em direção à Fazenda da Cachoeira, onde nasceu o Barão de Cocais.
O dono da Fazenda da Estalagem, Coronel Antônio de Barros, era um dos pioneiros da Vila de Cocais. Ele tinha seis filhas que foram acometidas de uma doença incurável e estavam morrendo uma por uma. O Cel. Barros, um dia resolveu fazer uma promessa ao Senhor do Bonfim. Se suas filhas fossem curadas, construiria uma capela sob a invocação do Senhor do Bonfim no alto do morro da Fazenda da Estalagem. Quando a última filha que restou, e sarou, Cel. Antônio de Barros cumpriu a promessa. Infelizmente, a capela foi demolida em 1973, para dar lugar a uma nova igreja de alvenaria. A antiga capela era de pau-a-pique e tinha a fachada idêntica a da igreja do Ó, de Sabará, e conservava no seu interior, a imagem de madeira de Nosso Senhor do Bonfim, trazida de Portugal. Foi demolida em 1973 para dar lugar à uma nova igreja de alvenaria.
Atualmente, o que resta da Fazenda é um sítio de cerca de 10.000 m2, denominado Recantos do Zica. A casa conservada é uma casa é rústica, com porão e tábua corrida, portas e janelas grandes de madeira. No terreno hé uma bica com água de nascente, piscina e um pequeno campo de futebol. Conserva-se o aspecto e peças originais como, entre outras coisas, um fogão de lenha com serpentina.

Site: http://www.pousadadascores.com.br/

segunda-feira, 24 de março de 2008

Igreja de Santana

Bem tombado: Igreja de Sant'Ana
Localização: Largo de Sant'Ana
Data da construção: Século XVIII
Ator do projeto: *
Proprietário: Cúria Arquidiocesana de Mariana
Tombamento: Pocesso nº 75-T, Inscrição nº 268, Livro Belas-Artes, fls. 46
Data: 08. IX. 1939
Finalidade atual: Culto religioso

A igreja de Sant'Ana, no antigo Arraial de Cocais, foi construída na segunda metade do século XVIII, no período em que a prosperidade das minas fez que fossem construídas as igrejas não mais em taipa, mas em pedra e cal. Já no século XIX, o edifício tornou-se capela privativa do rico proprietário Feliciano Pinto Coelho, Barão de Cocais, que enriqueceu o monumento com seu poder econômico e prestígio. Destaca-se pela rica talha dourada dos três altares e pela influência oriental de artesãos da Colônia do Século XIX . A imagem de Sant’Anna mede 1 metro e meio e foi trazida de Portugal. Foi capela particular da família Furtado Leite (Fundadores do Distrito de Cocais) e da família Pinto Coelho, da qual descende o Barão de Cocais que se encontra sepultado no interior da igreja.Paralelamente, na mesma localidade, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, administrada pela Ordem de ricos homens de cor, garimpeiros e faiscadores forros, era entretanto construída de taipa e madeira, e possuía altares muito rudimentares, de dourados singelos. A capela de Sant'Ana, em oposição, é notável pela riqueza de suas talhas e pinturas. Durante muitos anos essa igreja foi a matriz do povoado.

A construção em pedra e cal modifica-se na torre única central, edificada em taipa e madeira. Possui uma única nave e como anexo o compartimento da sacristia. Na fachada, a porta principal tem as ombreiras e a verga curva, com cimalha, esculpidas em pedra. A porta é entalhada e almofadada. Duas janelas rasgadas, ao nível do coro com guarda-corpos de madeira torneada. A cimalha é também de pedra, encurvada na parte central contornando um relógio. O frontão é ladeado por coruchéus e a torre é coberta por telhado em quatro águas em forma de pirâmide, sobre o qual ergue-se arremate em pirâmide, com a esfera armiliar e a cruz. O telhado da igreja é em duas águas.

O interior é representativo das capelas ricas construídas através do vale do rio Doce e a talha suntuosa é da melhor qualidade. Como indício da construção mista (taipa e pedra), existe ancoragem das paredes ao nível da cimalha e o arco cruzeiro, revestido de madeira encimado por ornamentação de talha dourada. Os altares e retábulos laterais do cruzeiro são de talha profusamente ornamentada, com figuras de anjos, pelicanos e ornato fitomorfos, além de volutas barrocas. As imagens dos altares indicam as devoções: Santa Efigênia, Santo Antônio. A capela-mor acusa a presença de taipa e madeira, com o forro em tábuas, sem pintura decorativa. No altar-mor e respectivo retábulo, igualmente ricos há belas imagens de São Joaquim e São José, além do crucifixo. O frontal do altar é semelhante aos laterais, mas o destaque da capela-mor deve ser dado á presença de decoração de estilo oriental em pintura á imitação de laca vermelha e ouro, como se encontram na Matriz e na Igreja do Ó em Sabará. Os balaústres grade de comunhão contam entre os mais elaborados e mais ricos da região, e estão em excelente estado de conservação. Os móveis, alfaias e objetos de prata desapareceram.

Bibliografia:
Arquivo Público Mineiro, 272-SG, documento de 9 de março de 1779.Macedo, Epaminondas de. Ficha descritiva nos Arquivos da SPHAN. Data: 25. IV. 1938.SPHAN, Arquivo e documentação geral.

O interior é simples. Os altares são em talhas, sendo a ornamentação, predominante elementos planos. Dois altares em talha, sob a invocação de São José e Nossa Senhora das Dores. O altar-mor é rico e trabalhado, possuindo dois nichos com as imagens de São Bendito Santa Efigênia. Dois púlpitos de madeira branca, com talhas simples. No forro da capela-mor, pintura da coroação de Nossa Senhora do Rosário em vermelhos vivos e azuis. O tapa-vento é bem antigo, contemporâneo da igreja. Localizada no Largo de Santana – distrito de Cocais – a construção da igreja de Santana é da segunda metade do século XVIII, quando começaram a aparecer em Minas Gerais, as igrejas de pedra e cal. Na decoração interna, destaca-se a rica talha dourada dos três altares. O período da madeira tem forte influência oriental de artesãos da colônia do século XX. Em 1921, passou por reformas e pintura.

Everton de Paula

Igreja Nossa Senhora do Rosário


Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Bem tombado: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Localização: Largo do Rosário
Data da construção: Século XVIII
Autor do projeto: *
Proprietário: Cúria Arquidiocesana de Mariana
Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 269, Livro Belas - Artes, fls. 46.
Data: 08. IX. 1939
Finalidade atual: Culto religioso

Como muitas igrejas do Rosário esta foi construída por um grupo de negros forros e senhores mestiços, na época da mineração. Ignora-se porém qualquer informação com respeito a data de construção e quais os profissionais que dela participaram. Pela tradição local, contudo, foi a primeira matriz do local, anterior a de São João Batista.
Esta Igreja foi erguida em 1855 por iniciativa do Alferes Antonio da Silva Sampayo, para que os escravos, os negros forros e os mestiços da irmandade de Nossa senhora do Rosário assistissem às missas, uma vez que os mesmos não podiam entrar na Igreja de Santana (que era freqüentada pelos senhores e nobres) e passou a ser a principal da Vila. A Matriz do Rosário está situada no Largo do Rosário, defronte ao Cruzeiro e ao Chafariz e foi sepultado em sua Sacristia o Mons. João Raimundo de Oliveira, benfeitor da Vila, e que realizou o acréscimo da Igreja. Passou por várias reformas, e é tombada pelo IPHAM.Construída em madeira e taipa, esta igreja tem frontispício simples. Porta central almofadada; acima: três janelas torneados. Luz com resplendor no alto do frontão, e no centro deste, óculo envidraçado. O conjunto é enquadrado por duas torres cobertas por telhados em pirâmides galbadas, encimada por coruchéus. O interior é simples. Altares laterais, em talha simples, sem ornamentação, sob a invocação de São José e Nossa Senhora das Dores. O altar-mor e retábulo são mais ricos e trabalhados, com dois nichos e imagens de santos negros: São Benedito e Santa Efigênia. No forro da capela-mor há uma pintura, representando a coroação da Senhora do Rosário. É de notar o antigo tapa-vento.

Depois de algum tempo fechada para reforma, a Igreja do Rosário foi entregue restaurada à comunidade da Vila de Cocais em 5/10/2003. Nesta ocasião, comemorou-se o dia da santa com a presença do arcebispo D. Luciano de Almeida, Pe. Nedson, Pe. Célio Dell'Amore, Pe. Valter, Diácono Apolinário, seminaristas de Mariana e entidades religiosas da região. Nas fotos mostramos a reabertura e o interior da igreja, o cortejo de Rosário, festeiros, congado e bandas. Clique aqui para ver a galeria de fotos deste evento tiradas pelo jornalista Everton de Paula proprietário da Pousada das Cores: http://www.pousadadascores.com.br/

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Bibliografia:

Carrazzoni, Maria Elisa. Guia dos Bens Tombados, Exped - Expansão Editorial Ltda., Rio, 1980.

Distâncias

Foto do site baraoonline
Distâncias Interestaduais

Brasília
840 km
BR 050/ BR 262
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Rio de Janeiro
528 km
BR 040/ BR 262
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São Paulo
679 km
BR 381/ BR 262
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Vitória
470 km
BR 262
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Distâncias Intermunicipais

Belo Horizonte
101 km
BR-262 / MG-436
ver transportes

Bom Jesus do Amparo
39 km
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Caeté
80 km
ver transportes

Congonhas
180 km
ver transportes

Ipatinga
149 km
ver transportes

Itabira
63 km
ver transportes

Nova Lima
128 km
MG030/BR381/MG436
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Santa Bárbara
12 km
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Terminais Aéreos

Nome: Campo de Pouso de Barão de Cocais
Distrito: Sede
Extensão da pista: 700x40, sem pavimentação e sem iluminação

Terminais Rodoviários

Nome: Terminal Rodoviário São João do Morro Grande
Endereço: Av. Wilson Alvarenga Oliveira, 190
DDD: 31
Telefone: 3837-1642

O Cocais - O Início





Fotos do site baraoonline

Cocais, distrito do município de Barão de Cocais ou, Vila Colonial de Cocais, faz parte da Estrada Real – o Circuito do Ouro – um ponto turístico com um interessante conjunto arquitetônico do período colonial formado por antigos casarões e igrejas.

Os coqueiros (cocais) que embelezam os campos dos arredores, inspiraram o nome do distrito que tem como destaque o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, a Cachoeira de Cocais e as Igrejas. Durante muito tempo, Cocais foi um importante ponto de parada dos tropeiros que circulavam pela Estrada Real, indo e vindo do sertão mineiro. Ainda hoje podem ser vistos resquícios dos ranchos que abrigam esses viajantes

Cocais não se destaca no circuito do ouro somente pelas suas belezas naturais e importância histórica, mas também pela fama que adquiriu desde os tempos coloniais, de ser um celeiro agropecuário e de riquezas minerais.

São 18 municípios que compõe esse circuito do ouro divididos em cidades, vilas e lugarejos: Barão de Cocais (em especial Cocais), Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Congonhas, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Ouro Branco, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, São Gonçalo do Rio Abaixo.

O asfalto liga todas as regiões, mas pode-se aventurar por estradas de terra. O Ciclo do Ouro foi o mais rico período da História do Século XVIII. O metal revolucionou o mundo. Em todos esses municípios o patrimônio arquitetônico é testemunha do passado histórico-cultural e a natureza oferece belezas que precisam ser conhecidas e preservadas.

Cocais foi fundada no séc. XVIII, no dia 26 de julho de 1703, pelos bandeirantes Antônio e João Furtado Leite, irmãos portugueses que na ocasião erigiram uma tosca capela sob a invocação de Santana. Em 1769 era construída uma igreja definitiva, a atual, que possui talha dourada no estilo oriental. Igreja essa de traços aristocráticos, construída para abrigar os ancestrais do Barão de Cocais e sua própria e numerosa família tradicional de Minas, os Pinto Coelho da Cunha.

Em 1835, quando o Barão de Cocais foi governador de Minas Gerais (presidente da província) realizou melhoramentos na vila de Cocais, como urbanização e calçamento, além da reforma da capela de Santana, como pintura, ampliação e douramento dos altares.

Em 1855, o alferes Antônio da Silva Sampaio mandou construir a matriz de Nossa Senhora do Rosário, para que nela os escravos pudessem assistir às missas, impedidos que eram de freqüentar a igreja de Santana. Anos depois ela foi ampliada por iniciativa do Monsenhor João Raimundo de Oliveira, ali sepultado, e se tornou a igreja principal da vila de Cocais, pois a de Santana era freqüentada pela elite da vila. Ali se reuniam de fato e além dos familiares do Barão de Cocais, o Conde de Oyenhausen - chefe de milícias de Cocais e o Visconde de Barbacena, proprietário das minas de Brucutu.

Ambas igrejas são tombadas pelo IPHAN.

Cocais é rica em exemplares de arquitetura civil, destacando-se o interesse do conjunto urbano, principalmente ao redor das Igrejas de Santana e do Rosário. O casario conserva, ainda hoje, a característica arquitetônica colonial.

Cocais, já descaracterizada pelo calçamento de paralelepípedos - ainda conserva traços da época de esplendor do ouro, então explorado pela Companhia Brasileira de Mineração da Serra de Cocais, fundada pelo Barão em 1833 com o auxílio de capital inglês levantado por Oxenford. Os trabalhos tiveram início em 1834 e, segundo relatório de Henwood a empresa produziu, de 1833 a 1846, 557 libras de ouro que foram depositadas em bancos da Inglaterra, daí originando a pretensa fortuna do Barão de Cocais.

No Largo de Santana está o Solar da Ladeira, onde hospedou-se o Duque de Caxias que veio ao encontro do Tenente-Coronel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o futuro Barão de Cocais, ao término da Revolução Liberal de 1842. Certamente Caxias não o encontrou, pois o Tenente-Coronel estava escondido numa das grutas da Serra da Conceição, temeroso da prisão pela derrota do movimento revolucionário.

O Solar da família Pinto Coelho localizava-se defronte à igreja de Santana e interligava-se a ela através de um túnel, ainda existente. Hoje demolido, o casarão tinha dois pavimentos e nele o Barão passou os últimos dias de sua vida, após retornar da Corte (Rio de Janeiro), onde fora moço fidalgo da Casa Imperial. Após sua morte, o Solar abrigou a família do Coronel Manoel Pereira dos Santos Penna, irmão do então futuro Presidente do Estado Afonso Pena. Conhecido por Neca Penna, seu corpo encontra-se sepultado no adro da igreja de Santana, no pequeno mausoléu da família.

As ruínas da Fazenda da Cachoeira, onde nasceu José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, está distante do centro histórico da vila, aproximadamente 3 km.

Nos arredores de Cocais, a Cachoeira de Cocais ou Cachoeira da Pedra Pintada é a principal cachoeira formada no leito do Rio Una. As dez quedas que descem de uma montanha de pedras de mais de 30 metros, proporcionam um espetáculo maravilhoso. Logo após os saltos, formam duchas naturais e uma grande piscina, onde é possível tomar banhos.

Próximo a Cachoeira de Cocais encontra-se o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, um abrigo natural de rochas quartzíticas, onde os homens pré-históricos deixaram sinais de sua permanência através de pinturas rupestres.

Foi nesse ambiente histórico que Cocais recebeu visitantes ilustres, como Von Spix e Von Martius, Saint Hilaire, Richard Burton, John Emannuel Pohl e tantos outros. Com uma população descendente de nobres, existiam na vila mais de vinte pianos, que animavam os bailes nos antigos casarões. Talvez tenha sido esse o motivo que inspirou Fernand Jouteau a comprar a ópera "Os Sertões", famosa em todo o país.

CEP: 35975-000
DDD: 31

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Estrada Real: Barão de Cocais - Diamantina - Rota dos diamantes